Por Cláudio Henrique de Castro – Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, conhecida como Anita Garibaldi (1821-1849).
A mãe da pátria italiana, heroína de quatro nações. Lutou por quatro repúblicas: a riograndense, a catarinense, a uruguaia e a romana.
Fervorosa republicana, participou na Revolução Farroupilha (Guerra dos Farrapos), na Batalha dos Curitibanos e na Batalha de Gianicolo, na Itália.
Sua trajetória foi épica e precursora da luta pelos excluídos.
No Brasil, meio século após a sua morte, houve a Proclamação da República, lutou pela liberdade contra o mesmo exército que derrubou a monarquia.
Quando o banho de mar era considerado insalubre, ela banhava-se com alegria.
Afrontou as convenções morais da época, exímia amazona contrariava o senso comum de que mulheres não montavam a cavalo.
Em 1835 estoura a revolta farroupilha que marcou profundamente a alma de Anita, que olhou com admiração para os rebeldes, sonhando em um dia poder realizar suas próprias obras.
Depois de quatro anos, em 22 de julho de 1839, os revolucionários conquistaram momentaneamente a cidade, e a maioria dos habitantes de Laguna foi à igreja cantar um Te Deum em agradecimento ao Senhor.
Conheceu Giuseppe Garibaldi, foi mãe de seus filhos e companheira de todas as suas.
Guerreou com homens, e parece que muitas vezes foi designada para a defesa de munições, tanto em ataques navais como em batalhas terrestres. No início de 1840, na batalha dos Curitibanos, caiu prisioneira das tropas imperiais brasileiras, mas o comandante, atingido pelo temperamento da jovem, permite que ela procure no campo de batalha o cadáver do marido, supostamente morto. Anita, aproveitando da distração dos guardas, agarra um cavalo e foge.
Reúne-se com Garibaldi em Vacaria, no Rio Grande do Sul. Como sozinha evadiu-se e chegou tão longe? Perguntou um Coronel, no que ela responde: “Vim vindo Coronel” (200 quilômetros percorridos).
Em 16 de setembro de 1840 nasceu seu primeiro filho, a quem deram o nome de Domenico, mas que sempre se chamará Menotti em homenagem ao patriota modenês Ciro Menotti. Doze dias após o parto, Anita escapa de nova captura. Os soldados imperiais cercam sua casa, matam os homens deixados por Garibaldi em sua defesa e tentam capturá-la. Mas Anita, com o bebê nos braços, sai por uma janela empunhando uma garrucha, monta no cavalo e foge para a mata,onde fica quatro dias escondida, alimentando-se de raízes e frutos silvestres, com o bebê no peito, até que seu marido e seus amigos a encontrem.
Giuseppe Garibaldi, sobre sua coragem, narra que recebeu um bilhete da Anita que dizia:“Na hora do combate não pense em tua família, mas tão somente pelos ideais pelos quais juntos lutamos.”
Anita faleceu aos 28 anos, em 1849, grávida do quinto filho. Foi sepultada sete vezes, sendo que quatro por motivos políticos.
Seu corpo repousa sobre a colina Janiculum, o local da batalha heróica em defesa da República Romana.
Na Itália não há quem não saiba quem foi Anita Garibaldi.
No dia 30 de agosto faz duzentos anos do seu nascimento (1821-2021).
Anita vive!
Fontes
http://www.enciclopediadelledonne.it/
https://www.youtube.com/watch?v=hRpWF2Eco-U
MARKUN, Paulo. Anita Garibaldi: uma Heroína brasileira.
RAU, Ludwig Wolfgang. O perfil de uma heroína brasileira.