Por Claudio Henrique de Castro – Numa crise sanitária, as medidas governamentais para conter o avanço de epidemias devem garantir o direito à vida e o direito à saúde. Isso se faz mediante atos executivos e por meio das leis.
Na sociedade brasileira a economia tem sido dominada, de forma soberana, pelos bancos e instituições financeiras.
O produto interno bruto (PIB) de 1,1% no ano de 2019, duas reformas que não deram em nada, empobrecendo trabalhadores, aposentados e o desemprego em 12% – são o resultado político da plena defesa dos interesses dos rentistas.
Também em 2019 os bancos tiveram um lucro de 60 bilhões, isto é, 15% ao ano.
Multiplique-se este valor por quatro ou cinco vezes, por mecanismos contábeis que encobrem o lucro real nos balanços destas instituições.
Estes lucros escorchantes são resultado de processos políticos e tributários que garantem tudo isto e só aumentam os lucros, a cada ano que passa.
O trabalho, a indústria e o comércio são escravos deste sistema econômico e transferem as suas riquezas às atividades rentistas que não geram empregos, nem riquezas coletivas ou sociais.
Neste cenário injusto, o Congresso Nacional deve tributar destes ganhos, de acordo com a Constituição, para transferi-los à sociedade. Portanto, há solução para a crise sanitária e econômica que bate às portas dos lares brasileiros.
O Brasil possui recursos para combater qualquer tipo de crise ou pandemia, basta que as instituições políticas busquem estes setores que enriquecem, como jamais se viu na história econômica. Outros países fizeram isto, por isto estas instituições se estabeleceram aqui, no paraíso rentista chamado Brasil
O excesso de ganhos e a altíssima lucratividade dos rentistas não se justificam à luz dos princípios constitucionais da garantia do desenvolvimento econômico, da promoção do bem de todos e da construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
É hora de quem sempre ganhou, colocar as mãos nos bolsos e contribuir de forma justa e decisiva.