A tragédia interminável das cadeias no Paraná

(por Ruth Bolognese) – O Paraná fecha os olhos para uma tragédia diária, insuportável e, pelo jeito, sem solução: as delegacias de polícia de todo o estado transformadas em celas improvisadas que degradam os presos e aumentam o risco de toda a população. Ou de cadeias, se é que se pode chamar de cadeias, sempre superlotadas. Na noite de terça (14), após tocarem fogo no prédio, mais 20 deles fugiram da cadeia de Ibaiti, no Norte Pioneiro, onde se espremiam 152 numa sala em que cabem, no máximo, 30.

Esse problema já alcançou aquele patamar das coisas banais. Tão banalizado como a violência do Rio ou a trajetória de horror dos imigrantes pelo mundo.

E vai continuar assim. Ou até que um dia aconteça um fato espetacular, com presos tomando uma cidade inteira como refém. Aí vira notícia por alguns dias até cair no esquecimento de novo.

Preso espremido em cela não dá voto. Só produz imagens feias, escuras e descoloridas. E se a TV reproduzisse o cheiro destes locais, ia chocar demais o pessoal do sofá. Pois é.

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