(por Jayme de Azevedo Lima, advogado) – A experiência parlamentarista de 1960, quando Tancredo Neves se tornou primeiro-ministro de João Goulart após a renúncia de Jânio. Não deu certo porque as vaidades pessoais derrubaram este sonho e Jango acabou se encaminhando para o fim com o comício no Rio de Janeiro com apoio de marinheiros.
O Congresso de hoje não é nenhum pouco diferente dos existentes nos anos 60. Em 1968, o discurso de Marcio Moreira Alves levou o Brasil à consolidação da ditadura nascida no golpe/revolução de 64 e à edição do famigerado AI 5. Caímos a partir daí em um período difícil para as liberdades individuais, mas com grande desenvolvimento em obras de infraestrutura que até hoje não foram superadas por governo algum, pós abertura democrática .
Hoje o Congresso faz queda de braço com um governo fraco em política, sem forças para convencer e fazer uma base durável. Não se tratam de diferenças ideológicas, mas apenas o “toma lá, dá cá” sem nenhum interesse em um Brasil melhor.
Hoje temos um STF sofrível, seguramente o pior da história de nossa pátria, um Congresso formado por uma canalha elitista com raríssimas exceções, uma oposição lambendo as feridas da derrota por força da corrupção, e o fim dos apedeutas sindicalistas que, junto com parte do Centrão, assaltaram o Tesouro do Brasil. E por fim um executivo fraco, com influência malévola de filhos malcriados e estúpidos politicamente com um bando que acredita em um falso filósofo treinado em horóscopos, um governo sem rumo sem Norte e sem Sul. Um presidente fraco e assombrado com a grandeza deste país e seus problemas.
Tudo feito às pressas com nomeações e demissões estapafúrdias, promessas vãs que não podem ser cumpridas ou por força de lei ou mesmo “contra legis”. Assim, as vivandeiras voltam a rondar os bivaques e quem perde como sempre é o povo brasileiro.
O que fazer?
Como mudar?
Temos que cumprir nosso destino de sermos um grande país administrado por larápios, sem um estadista e acharmos que isto é “Maktub” ou mudarmos tudo com a consciência clara de que somente o povo unido pode dar fim ao que existe hoje.
Brasil acima das pessoas, Deus por todos nós.
…..”o fim dos apedeutas sindicalistas …..” ???Jaime
Não foi só Tancredo Neves, mas houveram outros dois: Brochado da Rocha e Hermes Fontes.