A experiência parlamentarista de 1960 e o Brasil de 2019

(por Jayme de Azevedo Lima, advogado) – A experiência parlamentarista de 1960, quando Tancredo Neves se tornou primeiro-ministro de João Goulart após a renúncia de Jânio. Não deu certo porque as vaidades pessoais derrubaram este sonho e Jango acabou se encaminhando para o fim com o comício no Rio de Janeiro com apoio de marinheiros.

O Congresso de hoje não é nenhum pouco diferente dos existentes nos anos 60. Em 1968, o discurso de Marcio Moreira Alves levou o Brasil à consolidação da ditadura nascida no golpe/revolução de 64 e à edição do famigerado AI 5. Caímos a partir daí em um período difícil para as liberdades individuais, mas com grande desenvolvimento em obras de infraestrutura que até hoje não foram superadas por governo algum, pós abertura democrática .

Hoje o Congresso faz queda de braço com um governo fraco em política, sem forças para convencer e fazer uma base durável. Não se tratam de diferenças ideológicas, mas apenas o “toma lá, dá cá” sem nenhum interesse em um Brasil melhor.

Hoje temos um STF sofrível, seguramente o pior da história de nossa pátria, um Congresso formado por uma canalha elitista com raríssimas exceções, uma oposição lambendo as feridas da derrota por força da corrupção, e o fim dos apedeutas sindicalistas que, junto com parte do Centrão, assaltaram o Tesouro do Brasil. E por fim um executivo fraco, com influência malévola de filhos malcriados e estúpidos politicamente com um bando que acredita em um falso filósofo treinado em horóscopos, um governo sem rumo sem Norte e sem Sul. Um presidente fraco e assombrado com a grandeza deste país e seus problemas.

Tudo feito às pressas com nomeações e demissões estapafúrdias, promessas vãs que não podem ser cumpridas ou por força de lei ou mesmo “contra legis”. Assim, as vivandeiras voltam a rondar os bivaques e quem perde como sempre é o povo brasileiro.

O que fazer?

Como mudar?

Temos que cumprir nosso destino de sermos um grande país administrado por larápios, sem um estadista e acharmos que isto é “Maktub” ou mudarmos tudo com a consciência clara de que somente o povo unido pode dar fim ao que existe hoje.

Brasil acima das pessoas, Deus por todos nós.

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