A esperteza virou bicho e comeu os donos

“A esperteza, quando é muita, vira bicho e come o dono”. O ditado, de origem na sabedoria popular portuguesa, é muito aplicável em meio à lambança do reajuste do funcionalismo que o Paraná viveu nos últimos dias. Os que prometeram 1% e os que queriam 2,76% acabarão sendo responsáveis por reajuste nenhum.

Embora pudesse ter ficado quieta e colocar a culpa no antecessor, Beto Richa, que congelou os salários em 2016 e não previu reajustes nem mesmo para o exercício de 2019, a governadora Cida Borghetti decidiu que poderia conquistar a simpatia dos servidores se lhes concedesse a reposição do ano passado, 2,76%. Depois, pensando melhor, avisou que não seria possível dar mais do que 1%. E, por fim, resolveu cancelar tudo e manter o congelamento.

Com certeza, perdeu preciosos pontos político-eleitorais. Que não teria perdido se tivesse mantido silêncio.

As bancadas de Ratinho Jr., adversário de Cida na eleição de outubro, acharam que podiam tirar proveito eleitoral em favor do candidato. Firmaram posição em favor da concessão do reajuste máximo de 2,76% e criticaram muito as idas e vindas da governadora. Chegaram a ter esperança de aprovar em plenário uma emenda à proposta do Executivo para elevar de 1% para 2,76%. Se conseguissem, sairiam muito bem na fotografia e na urna.

Agora, com a notícia já antecipada de que Cida Borghetti vai vetar todos os projetos, nenhum funcionário, de qualquer dos poderes, receberá reajuste. Todos perderam: Cida, Ratinho, servidores-eleitores.

Aos servidores restou o protesto, como a “passeata” que fizeram dentro da própria Assembleia, seguida da “ocupação” dos gabinetes do presidente Ademar Traiano e do líder do governo, deputado Pedro Lupion.

A esperteza virou bicho.

7 COMENTÁRIOS

  1. Isso é o banquete dos mendigos.

    Olha o tamanho do PR, a sua economia e vê se não tem alguma coisa errada nestes números.

    O que o psdb fez ao longo destes 8 anos e o Requião nos 8 anteriores foi jogar na privada todos os ganhos que o período do Lula e o 1º mandato da Dilma tinham trazido ao Brasil.

    Me lembra muito o fenômeno do Guga no tênis já que quando acabou ninguém tinha aproveitado o bom momento para consolidar uma base para o futuro.

    Tinha salário, tinha emprego e tinha crédito e a economia girava, mesmo com o dreno que sempre houve via corrupção oficial, turbinada pela iniciativa privada.

    E tem gente ainda tentando administrar a miséria.

    O funcionário público do Paraná, avesso a qualquer tipo de mobilização, devia buscar no Google as noticias do que aconteceu no Rio de Janeiro, que foi tão ou mais roubado que o Paraná, onde o salario de repente, deixou de ser pago.

    E a agua deste rio de raiva e rancor , não foi pros tucanos que tanto precisavam, foi mover o moinho do capitão terror.

  2. Cida tem uma chance única de sair por cima de todo mundo: parcela o reajuste até dezembro, e dá 1% a mais ao executivo. Cabe no orçamento, deixa os deputados e mesmo o Beto malvistos, ganha o funcionalismo como quem desfez maldades, e ganha a população como capaz de achar uma saída simples e eficaz à situação. Sai como a governadora de todos.

  3. Será que o eleitor paranaense e o servidor público percebe que ambos são farinha do mesmo saco do ex-pior governador de todos os tempos no Paraná e que já demonstram incompetência no trato dos problemas públicos, refens que estão da herança maldita do antecessor que deixou um quadro dantesco nas finanças públicas e um rastro de malversações sem precedentes? Será?

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