2020 é a maquiagem perfeita de uma reforma pífia

O deputado João Arruda (PMDB/PR), em artigo que postou em sua página no Facebook, diz que o adiamento para 2020 de algumas medidas que estavam previstas na reforma política e que deveriam vigorar em 2018, chega a ser motivo de piada. Diz ele num dos trechos do artigo: “Parece piada, mas os candidatos a vereador serão os hamsters em 2020 – um teste, quero dizer. Se for bom, continua; e, se for ruim, a gente volta para o modelo antigo ou troca as cobaias. É como combater a corrupção, aprovar um novo modelo tributário ou, até mesmo, rejeitar o projeto da cura gay, mas só a partir de 2020.”

Eis a íntegra:

Parlamentares fizeram o discurso fácil, e grande parte da opinião pública acreditou nos argumentos de que o Distritão é a vergonha da nação porque facilita as reeleições, dificulta a renovação e enfraquece os partidos políticos. Porém, os mesmos que foram contra o Distritão concordaram que a coligação é um dos piores dispositivos que existem na legislação eleitoral atual.

Além das justificativas apresentadas contra o Distritão, a maioria afirmou que a coligação é uma negociata. Se a coligação é pior que o Distritão, por que não são contra o fim das coligações imediatamente? Por que só em 2020?

Parece piada, mas os candidatos a vereador serão os hamsters em 2020 – um teste, quero dizer. Se for bom, continua; e, se for ruim, a gente volta para o modelo antigo ou troca as cobaias. É como combater a corrupção, aprovar um novo modelo tributário ou, até mesmo, rejeitar o projeto da cura gay, mas só a partir de 2020.

Eram contra o distritão porque são a favor da coligação. A coligação favorece a maioria dos partidos. Temos quantos partidos no Brasil? Partidos que não têm projeto! Candidato a eleição majoritária precisa de tempo de TV e candidatos a eleição proporcional precisam de uma boa coligação. Reeleição é fruto da negociata entre caciques e candidatos a eleição majoritária. A reeleição fácil, a renovação difícil e o enfraquecimento dos partidos nasce das coligações. Digo tudo isso para concluir que as críticas à Reforma Política foram usadas para manter a atual legislação: e pelas falhas dela, não qualidades. Para que uma experiência nova, se a fórmula está dando certo? Fica a esperança de que o STF faça o que a Câmara não fez, e, mais uma vez, cumpram o papel do Legislativo.

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