(do jornalista Luiz Geraldo Mazza, na coluna da Folha de Londrina) – Eis uma conta que não fecha: como suavizar as cadeias superlotadas se a cada dia há, pelo menos, duzentos presos no Paraná? Tanto o novo secretário de Segurança, Júlio Reis, como o governador Beto Richa (no Show Rural de Cascavel) fizeram referência e essa estatística assombrosa. Dá para fazer outra especulação numérica: quantas as fugas de presos como se deu ontem na praia de Ipanema, de nove fujões quatro foram recapturados.
A confissão de uma derrota antecipada não significa que não se esteja fazendo nada, mas o fato é que a dezena de presídios prometida não foi cumprida porque a gestão fiscal não é aquela que os marqueteiros propagam por aí, tanto que não há recursos para as obras e sequer para repor delegados de polícia que se aposentaram.
Coma pressão do Judiciário, interditando cadeias como já está acontecendo e dando prazo razoável para a gradual desocupação, o governo se obriga a agir e fará muito mais se a OEA, acatando pleito do sindicato dos delegados, declarar o Paraná como infrator dos direitos humanos em suas masmorras.