Soletrar é preciso. Medir é preciso também

(por Ruth Bolognese) – O governador Beto Richa deve andar com uma trena no bolso. É sério, a trena serve para medir distâncias, não necessariamente em linha reta, entre uma coisa e outra, entre um parentesco e outro, uma sociedade e outra ou ainda entre sócios de uma empresa. É uma deficiência sem gravidade, mas acaba criando situações complexas. Outro problema do qual sofre o Governador é o de soletrar. Tão complexo quanto.

Todo mundo conhece o primo distante, muito distante do overnador, Luiz Abi Antoun, condenado a 13 anos de prisão por fraudes em licitações na região de Londrina, terra de ambos. Abi era tão presente nas campanhas eleitorais, no gabinete de Richa, em viagens e nas festas de família que nunca ninguém se preocupou em perguntar o que ele fazia, se tinha cargo público, nada. Era simplesmente o Luiz Abi e pronto. Nas fotos em que aparece abraçado ao governador, a distância é tão visível que não se pode dizer quem é um e quem é outro.

Agora, o mesmo fenômeno se repete, e com um agravante, que mostra claramente a dificuldade do governador Beto Richa em soletrar. Isso mesmo, além de medir muito mal a distância, ele demonstrou que não sabe se a empresa de nome BFMAR tem exatamente as iniciais de Beto, Fernanda, Marcelo, André e Rodrigo, a primeira família do Paraná.

A BFMAR, chega a reconhecer o governador, um dia teve ligações com empresas do grupo Green Logística, cujo dono, conhecido como “Grego” é Jorge Atherino, da mesma geração e amigo de Beto Richa e herdeiro de umas poucas famílias gregas do Paraná. A Green comprou uma área na BR 277, um mês antes do Governador assinar um decreto inserindo a área no Eixo Modal do Porto de Paranaguá e começou a desmatar a rodo. Pretende construir alí um estacionamento para caminhões, postos de combustíveis e armazéns.

A área é na Serra do Mar, de proteção ambiental, o Ministério Público investigou, enviou os indícios ao Superior Tribunal de Justiça, STJ, que mandou seguir com o inquérito contra Beto Richa e demais citados. A RPC jogou na telinha toda a história e ouviu do governador, nessa semana, ao vivo e a cores, que tudo não passa de “ilações insanas”. Ou seja, que o “Grego”, a B-F-M-A-R e o decreto estão a quilômetros e mais quilômetros de distância do Palácio Iguaçu.

Quem será o primeiro a dar uma trena de presente para Beto Richa? E uma cartilha do “Eu vi o ovo. Vivi viu a uva”? Hein, que tal?

 

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