Doria faz campanha com técnicas de Trump

Qual é segredo de João Doria? Até pouco mais de um ano ele era conhecido apenas como apresentador de um reality show na televisão e dono de empresas de marketing, mas de repente se tornou prefeito de São Paulo eleito em primeiro turno e pouco depois se emparelhar com políticos tradicionais e conhecidos na disputa pela Presidência da República.

Um dos segredos é o uso científico que faz das modernas ferramentas de análise das redes sociais, utilizando as mesmas tecnologias que transformaram Donald Trump – também empresário e apresentador de realities shows na tevê americana, que nunca antes tinha se metido em política – em presidente dos Estados Unidos, a mais rica nação do mundo.

Doria tem a seu serviço pelo menos duas empresas especializadas em tirar o maior proveito das redes sociais. Elas utilizam cinco robôs – softwares poderosos mantidos em segredo – para incrementar a presença dele em meios como Facebook, Twitter e Instagram. Mas não aleatoriamente ou sem método.

Todo o funcionamento da estrutura se inspira num termo que ficou mais conhecido depois da campanha de Trump à Casa Branca – a psicometria, técnica que permite fazer uma espécie de análise de personalidade dos eleitores, útil na identificação de perfis que vão muito além de direita e esquerda e, por consequência, ajuda na formulação do discurso político.

Quando o mundo se espantava com a enxurrada de bobagens, xingamentos, ideias xenofóbicas, agressões verbais que Trump difundia pelo Twitter, nos comícios e entrevistas, o candidato sabia exatamente o que estava fazendo. Na verdade tudo aquilo era (e ainda hoje é no exercício da presidência) fruto da chamada “análise de sentimento” das redes sociais, que deu aos seus marqueteiros informações que até então não haviam sido usadas em disputas eleitorais, como os medos e anseios dos americanos.

De dimensões muito mais modestas, mas nem por isso menos eficiente, é o método Trump que fez Doria, de uma hora para outra, se tornar nacionalmente conhecido e já preferido por boa parte do eleitorado como próximo presidente do país.

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